Ontem eu tive a oportunidade de conhecer o projeto “Machine to be another”, do coletivo de Barcelona Be Another Lab. A proposta é simples ao mesmo tempo que é intrigante. Como seria se ver na pele de outra pessoa?
A partir de uma metodologia que funde Realidade Virtual, Ciências Cognitivas e Teatro Imersivo, o projeto propõe dois tipos de experiência: trocar de corpo com uma outra pessoa, por meio da instalação Body Swap; e vivenciar a história de um personagem real a partir da sua própria perspectiva, com as performances Embodied Narratives.
No meu caso, testei a experiência de vida de uma personagem real, no caso José Luis Farias, que perdeu seu filho Maicon para uma bala perdida na comunidade do Acari em 1996. A diferença da passividade de um vídeo normal foi a interatividade proposta.
Essas fotos a seguir e o vídeo demonstram um dos diferenciais desse trabalho. Para criar o efeito de sincronia com o personagem que a pessoa vê em seu Oculus Rift, é indicado que a pessoa tente imitar todos os movimentos que o personagem faz.
O adicional é que,se o personagem recebe uma foto no vídeo, você também recebe uma foto no mundo real. Se lhe dão os sapatos da criança que morreu, isso também acontece no vídeo. O objetivo dessa interação é “oferecer experiências imersivas individuais para estimular sentimentos de empatia e compaixão, que são necessários para entender a situação do outro de uma maneira profunda, gerando cumplicidade entre usuários e entre os personagens reais e usuários.”
