Uma das primeiras perguntas após entender com mais atenção o que é efetivamente documentário interativo é: “Como fazer um?” Seguida logo depois pela questão “Por onde começo?”. Essa primeira publicação da série “Diários de um webdoc” traz justamente essa preocupação primordial.
O webdocumentário é, na aparência, tal qual qualquer outro documentário. Roteiro, personagens, produção, narrativa. Tudo ali pode se encontrar desde que embasado na exposição e discussão da realidade. Só que aqui a forma de apresentação é bem mais flexível, o que configura um terreno desconhecido para estudos e categorizações. Alguns acadêmicos vêm os webdocumentários como algo completamente novo, mas para efeitos de iniciação a esse tipo de conteúdo, vamos considerá-lo uma “mera” ramificação do documentário.
Recentemente, fui ajudar, junto ao professor André Paz, os alunos da PPGTLCOM (PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS E LINGUAGENS DA COMUNICAÇÃO) em seu esboço de webdocumentário que eles estão montando coletivamente na plataforma Klynt, um software de edição e publicação de conteúdo multimídia interativo.
Antes de continuarmos, ressalto que o Klynt será o software base para discussão na série “Diário de um Webdoc”, uma vez que é o software mais disseminado e mais conhecido para esse tipo de conteúdo
Como o assunto principal do roteiro ainda não está público, eu tomei a liberdade de pixelizar certas partes do esboço visual que eles montaram para entender como montariam o filme no referido software. Dê uma olhada no roteiro abaixo:
Podemos perceber claramente que não se trata de uma narrativa linear, com começo-meio-fim. No diagrama há sequências separadas, cada qual com seu assunto fechado, mas todas estas orbitam o mesmo assunto, o foco do webdoc, mas não são encadeados como em um documentário tradicional. Como o projeto dos colegas ainda está na fase inicial, passemos para um webdoc já concluído, no caso o “Nós do Forte”.
Após entrarmos no menu inicial, vamos para a seção intitulada MINDMAP no canto inferior esquerdo, como mostra o GIF abaixo. Nele podemos ver a estrutura na qual o realizador André Paz, resolveu para seu webdoc:
A partir de um menu inicial estático, tal qual um DVD, este permite ao interator escolher qual dos personagens ele quer visualizar. Essa é uma estrutura bem simples, mas que serve bem para entendermos como podemos esboçar um projeto de webdoc. Por meio da subdivisão do tema central em pequenas partes que circundam o tema do projeto.
Portanto, para finalizar, a primeira coisa que o interessado em desenvolver um webdocumentário é: Como apresentar essa narrativa? A partir disso se poderá ter uma noção dos limites tecnológicos que cada plataforma e ferramenta poderá disponibilizar para a equipe/realizador. Na próxima postagem, vamos analisar, no caso do Klynt, quais são essas limitações.