Estrelas do Deserto é um documentário em realidade virtual que busca, através da divulgação da cosmovisão do povo saaraui, denunciar a situação de refúgio enfrentada por eles.

O deserto do Saara ocupa um terço do continente africano. É um dos lugares mais inóspitos do planeta. A região é seca o suficiente para mumificar cadáveres e matar bactérias. Desde 1975, refugiados saarauis vivem sob essas condições extremas em cinco campos cerca de Tindouf, no sudoeste da Argélia.

Baseado em princípios de co-criação e de pesquisa-criação, o projeto estuda como a realidade virtual pode ser utilizada como ferramenta para o campo da divulgação científica, particularmente a etnoastronomia, ciência que estuda os conhecimentos astronômicos de um povo através de seus costumes contados pela oralidade.

Na experiência, o usuário entra em uma sala, se senta em um tapete com almofadas, coloca os óculos de realidade virtual e, então, se encontra no meio do campo de refugiados. Lá o usuário é recebido por uma sábia de estrelas saaraui que conta histórias sobre o céu enquanto prepara um chá ao visitante. Além disso, ela também conta histórias sobre como é ser refugiada. Por ser uma experiência de seis graus de liberdade, o usuário pode se deslocar no espaço e interagir com alguns objetos e pessoas.

Este projeto faz parte do mestrado no Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é desenvolvido em parceria com o projeto de divulgação científica GalileoMobile, alunos da CEFET e apoiado pelo Bug404.

O documentário em realidade virtual Estrelas do Deserto está atualmente em faze de finalização. Faz parte de um projeto transmídia que conta ainda com um documentário linear, um documentário interativo, um vídeo 360 e um podcast.